Traço
marcante na história Campinas.
A
cidade teve, por um bom e considerável tempo, este como o principal meio de
transporte de massa, sobretudo para fazer o deslocamento entre os seus
principais bairros.
Suas
ramificações permitiam aos moradores irem por vários pontos da cidade.
Em
uma de suas linhas (supostamente a mais longa), poderia se ir, por exemplo, até
o distante bairro de Joaquim Egídio.
Detalhe:
se muitos acham esta região distante, imagine ainda mais há quase meio século,
deslocando-se até lá a uma velocidade bem menor.
Neste
ponto final, existe hoje um prédio antigo restaurado, levando aos usuários
desta linha no passado a um caminho imaginário aos tempos idos de outrora,
eivado de lembranças peculiares e individuais das mais variadas
conotações e sentimentos.
Carros
nesta época?
Poucos...
Isso era privilégio de famílias mais nobres. Luxo da aristocracia campineira
(além de alguns emergentes burgueses).
Trânsito?
Não era algo a se preocupar...Enfim, nada que se compare com hoje:
congestionamento, caos...
Aos
eventuais, alternativos e factíveis concorrentes do sistema de transportes,
poderia mencionar as charretes, os cavalos ... Quiçá algumas motos, dependendo
da década de observação.
Em
68, os bondinhos encerraram suas operações na cidade. Supostamente, já sendo
influenciado pelo advento enorme de caminhões e ônibus que naquele momento já
estavam sendo fabricados há quase dez anos, iniciados anteriormente pela era
JK.
Extinguir
os bondinhos e abrir-se ao novo, dava às cidades um tom de vanguarda.
A
cultura pertinente da época era simplesmente abraçar o novo, extinguindo (às
vezes até drasticamente em alguns casos) o passado.
A
extinção apagou os bondes da visão, mas não da memória.
Aos
moradores mais antigos, saudosismo de uns, nostalgia de outros.
Histórias
dos antigos não faltam.
Cada
um, por suas experiências e fatos vividos tem o que relatar.
Hoje,
ainda há um resquício do passado.
No
Taquaral, ainda é possível dar voltas neste veículo coletivo das antigas nos
fins de semana.
Trata-se
de um pequeno trecho turístico que, normalmente, tem longas filas de entusiastas.
Publico
interessado? Todas as faixas etárias, desde idosos até pais que querem mostrar
a seus filhos o bondinho pela primeira vez.
Pensar
num passado, na era dos bondes, com todos os seus moradores vestidos em trajes
típicos e condizentes com a época, é imaginar um período supostamente mais
tranquilo que hoje.
Acredito
que a evasão do tempo e espaço façam as pessoas, normalmente, a pensarem de
forma ingênua num período bem melhor que hoje: menos pressa, menos velocidade,
mais tempo para conversas...
Uma
vida mais feliz e com mais simplicidade...
E
depois de uma reflexão ilusória do passado, o inconsciente parece querer
acreditar que não se trata somente de uma miragem, que a época não vivida deve
sim, ter sido melhor...
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