segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Campinas - Bairro Ponte Preta

           Um dos bairros mais antigos de Campinas, que vem se modernizando nos últimos anos com a expansão imobiliária.
            O bairro que antes era tranquilo, agora já enfrenta (em alguns momentos) um ligeiro congestionamento nos horários em que as pessoas vão e retornam do trabalho. Algo perceptível na Ângelo Simões, Saudade e Abolição. Mesmo assim, a tranquilidade pode ainda ser notada em ruas como Afonso Pena, Henrique Dias...
            Com seus moradores mais antigos é possível conhecer mais detalhes, contos e histórias do bairro. Pessoas que veem hoje as mudanças naturais que o bairro vem passando, m as que não trocariam jamais de endereço.
            Há algumas décadas o bondinho era o principal veículo que unia o centro ao Cemitério da Saudade. Junto à entrada deste, podemos ver uma homenagem de Campinas aos soldados que entregaram suas vidas na Revolução de 32. A revolução é um marco para o Estado, tanto que isto é sempre oficialmente lembrada no calendário civil do Estado. Trata-se do feriado de 09 de julho. Uma homenagem aos combatentes.
            Em conversas com antigos residentes da Rua Abolição ... muitas lembranças e casos. Contos de jovens que, durante os vários ciclos e fases da ditadura militar, eram clinicamente diagnosticados como loucos e levados para o Sanatório Santa Isabel, simplesmente por serem considerados subversivos ao regime até então vigente. O prédio foi desativado durante um bom tempo. Depois foi albergue para moradores de rua. Hoje faz parte do condomínio residencial Pateo Abolição. Passou por uma considerável reforma, tendo sua fachada preservada. Agora o mesmo se encontra incorporado ao condomínio e é, naturalmente, privado. Ainda na Abolição, muita conversa era trocada na Padaria Santo Antônio, na barbearia do Seu Zé e no Bar Canindé. Neste reduto, de praxe, podia-se fazer uma fezinha com o jogo do bicho. Hoje, isso tudo acabou. E só ficou nas lembranças de quem conta.
 Para a comodidade dos comerciantes locais, era possível fazer a contabilidade ali mesmo, sem a necessidade de ir ao centro, o que, naturalmente, tinha outras opções. Isso podia ser feito no Escritório Contábil São Manoel.
            Mudando de rua, indo para a Saudade, vemos a religiosidade presente numa das maiores Igrejas de Campinas, a de Santo Antônio. Sempre cheia aos domingos, a mesma tem um movimento atípico de fiéis e visitantes uma vez por ano, o que é bem além de sua rotina e do calendário litúrgico convencional. Isso ocorre em junho, na data do Padroeiro. É um número expressivo de devotos que visitam a mesma com vários propósitos de alcançar graças, em especial a do casamento. Outro ponto nesta rua, e que não existe mais, é o Instituto Adolfo Lutz, produtor de vacinas. Neste local, temos hoje o moderno prédio da SANASA.
            Duas escolas de mesmo nome havia na Saudade: o Colégio Dom Barreto. O particular está em pleno funcionamento de suas atividades. O estadual não existe mais no local.
            Durante um bom tempo, e especialmente aos domingos, era comum se comprar marmitas das irmãs. Naquela época, as pessoas levavam marmitas de alumínio de casa, e elas voltavam cheias de comida para o almoço dominical, com um tempero especial que, segundo os mais antigos, valia a pena.
             Na parte do misticismo, havia uma benzedeira muito famosa na região, que morava próxima à ponte em que começa a Avenida Ângelo Simões. Dona Dioma, como era conhecida, tinha poderes adicionais com suas orações. Era uma benzedeira que atraía gente de todas as partes da cidade e de outros municípios. Curava muitos males que a medicina nem sequer prescrevia.
            Quanto à boemia, isso não mudou. Alguns bares até fecharam e outros abriram, mas esta essência do bairro se manteve, e é uma marca registrada. Um bar que é muito conhecido tanto pelos nostálgicos quanto saudosistas é o Canindé, que hoje só resta na memória. Por outro lado, existem os tradicionais que continuam a todo vapor, como Adega Santo Antônio (de influência portuguesa, com bandeira de Portugal e imagem de Nossa Senhora de Fátima – para quem não souber: a padroeira dos lusitanos); o Vadico (reaberto e restaurado pelo filho do mesmo recentemente); o Soares e outros mais... A lista aqui é longa e considerável.
            Uma curiosidade aos leitores que não conhecem Campinas... A Ponte Preta, que é o maior e mais popular clube de futebol de Campinas, não fica no bairro que leva o mesmo nome. O clube fica na Vila Lídia.
            Conhecer o bairro da Ponte Preta é algo que vale a pena. É um bairro cheio de peculiaridades, com presença significativa na história de Campinas. O bairro tem incontáveis pontos positivos. A ideia aqui é somente exaltar a região, que tem vastas qualidades e merece uma visita detalhada e com tempo. Sugiro que os interessados em saber mais sobre a cidade façam o mesmo.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Dom Barreto

 DOM FRANCISCO DE CAMPOS BARRETO



Nascimento: 28 de março de 1877.

Localidade do nascimento: Arraial de Souzas.

Paternidade: Joaquim de Campos Barreto e de Gertrudes Leopoldina de Morais

Irmãos: João, Anna, Jesuíno, Ludovina e Aníbal.

Batismo: 21 de abril de 1877

Ordenação como sacerdote:22 de dezembro de 1900, na Catedral de São Paulo

amília tradicional da cidade.

Foi batizado no dia m Ordenado sacerdote no dia.



De maio de 1903 a dezembro de 1904 foi Pároco no Arraial dos Souzas.

Em 1904 foi transferido para a Matriz de Santa Cruz, sendo o seu 5º Vigário.

No dia 09 de março de 1908, o Santo Padre, Papa Pio X, lhe conferiu o título de Monsenhor e de Camareiro secreto,.

No dia 12 de maio de 1911, através da Bula Papal Dilectis filiis erigendo, foi nomeado para primeiro Bispo da nova Diocese de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

No dia 25 de maio, ao meio dia, no Palácio Episcopal, fez a Profissão de Fé e o juramento de fidelidade à Igreja a Dom João Nery, por delegação recebida da Santa Sé.

Sua Ordenação Episcopal foi na Catedral de Campinas, em 27 de agosto de 1911; Seu lema Episcopal era Dominus Regit Me – O Senhor me Governa. Assumiu a Diocese de Pelotas no dia 21 de outubro de 1911. Durante seus nove anos como Bispo de Pelotas, publicou 17 Documentos Pastorais diversos. Em janeiro de 1912 criou o retiro espiritual para o clero e estabeleceu, depois, conferências para os fiéis na Catedral de São Francisco e em vários locais. No dia 30 de junho de 1920, foi transferido para a Diocese de Campinas, através de ato assinado pelo Papa Bento XV. Dom Barreto tomou posse da sua nova Diocese em 14 de novembro de 1920. .



Fundou juntamente com Madre Maria Villac, o Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, religiosas que mantêm trabalho pastoral em diversos países do mundo. Barreto, em meio a comoção geral, disse: “Não tenho medo de morrer, porque espero estar na graça de Deus. Professo ter vivido e querer morrer no seio da Santa Igreja Católica e deposito a profissão de fé nas mãos do Sr. Arcebispo. Procurei sempre cumprir meu dever e agir com reta intenção, mas se porventura magoei a alguém, peço que desculpe e perdoe”. Dom Barreto faleceu às 22h52 do dia 22 de agosto de 1941, no Palácio Episcopal.Seu sepultamento se deu no dia 23 de agosto, na Cripta da Catedral Metropolitana de Campinas. Por ocasião dos 25 anos de seu falecimento, no dia 22 de agosto de 1966, e fazendo cumprir o seu Testamento, seus restos mortais foram trasladados para o Mausoléu da Casa Generalícia das Missionárias de Jesus Crucificado. Hoje traslado na Catedral de Campinas