sábado, 20 de agosto de 2016

Orosimbo Maia

Na cidade, uma famosa avenida leva este nome.
Estamos na Orosimbo Maia, um dos principais corredores da Terra das Andorinhas.
Ao longo do dia, sobretudo nos horários de pico, um movimento intenso de carros e motos integrando vários bairros com o centrão.
Por suas esquinas e endereços, muita diversidade ao longo deste logradouro.
No seu início, um desmembramento entre o Botafogo, bairro antigo da cidade, e o Mercadão: área (digamos) tensa e acantoada. Imagina-se que um projeto de integração focado nesta microrregião pudesse atenuar ou banir estas adversidades urbanas e sociais.
Adiante à avenida, destaque especial para a Maternidade de Campinas, principal estação de chegada à vida da maioria dos campineiros.
É na maternidade que a maioria do desembarque para a vida acontece. Dentro da mesma, há inclusive uma seção específica só para emitir certidão de nascimento: o primeiro registro civil.
Entre as suas vias, o córrego Anhumas aflora das canalizações de concreto, nascendo da convergência das pequenas nascentes ao longo da região central. Isso é decorrente de atividades urbanísticas ao longo do tempo, que foram canalizando e tornando submersos vários destes córregos, e escondendo-lhes para os cidadãos e para a história.
Mas...
E quem é a pessoa?
O nome vai bem além de uma via de acesso.
Trata-se de um ilustre cidadão, por quatro vezes prefeito na cidade, numa época mais nobre da política.
Consta na história que o mesmo foi referência de pioneirismo, colocando a cidade na vanguarda do país, endossando e formalizando o título de Princesa do Oeste.
Foi na sua residência, extinta casa entre General Osório e Lusitana, que se teve a primeira instalação de luz elétrica da cidade: a energia era obtida por gerador.
Sobre influência francesa, a primeira residência a ter papel higiênico.
Foi dele o primeiro automóvel da cidade, mas já circulavam na época outros que vinham da Capital.
Responsável por influência direta nos rumos e caminhos da cidade.
Instalou na cidade o telefone automático.
Construiu, com doação pessoal do terreno, a antiga e extinta Maternidade, que depois virou Rodoviária. Esta, há alguns anos, já foi implodida, num espetáculo cinematográfico.
Além do já citado, muitas obras e feitos ao longo da sua posição de alcaide: Teatro Municipal; Lar dos Velhinhos (antes Asilo para Mendigos); Rotary Clube, Clube Campineiro (hoje o imponente Jockey Club); Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA); reestruturação no Cemitério da Saudade; construção de várias galerias pluviais...
Na educação, e para a elite, o Colégio Progresso: exclusivo para mulheres.
'Modernizou' a forma de coleta de lixo na cidade, com a troca dos veículos de tração animal por caminhões.
Numa referência ao tempo, seu período de atuação política foi nas três primeiras do seculo XX.
Por uma série de fatores: seu perfil, a influência política, a ligação direta com São Paulo, a distância da capital e confluência de datas... É muito provável que ele tenha tido influências, mesmo que parciais, do movimento modernista do país.
Foi um visionário.
Um homem a frente de seu tempo.

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